Harem dancer, Hans Zatzka
Não sei porque nem quando esse
costume começou, mas sei que as odaliscas, originalmente, não tinham nada a ver
com ser dançarina...!
Afinal, quem eram as odaliscas?
O termo vem do turco UADAHLIK, que significa criada de quarto.
Criada de quarto? Como assim?
Para entender isso, vamos
recuar um pouco para o tempo e o lugar onde esse termo originou-se e era
empregado, ou seja, nos palácios dos governantes do Império Turco-Otomano.
O palácio era a
sede do Governo e também a moradia do governante e sua família. A vida social e política da classe mais
elevada acontecia dentro dos espaços privados; a reclusão – tanto dos homens
quanto das mulheres - significava privilégio para as classes abastadas. Para
que tudo funcionasse bem dentro dos palácios ou seja, a vida familiar,
política, social e cultural, era necessário haver muita organização e um grande
aparato administrativo.
Uma
das estruturas do palácio era a do harém, que nada mais é do que o espaço reservado
à vida íntima, familiar, seja num palácio ou numa casa comum. É o local de
convivência da família e dos parentes próximos, além de parte da criadagem.
Outras pessoas não podem entrar.
A palavra harém é derivada de h-m-r, raiz
árabe que significa sagrado ou proibido, pode também designar o espaço privado
das mulheres. É uma idéia muito antiga e vários povos tiveram ou ainda têm um
tipo de harém, que é um lugar de convivência e trabalho doméstico também.
Um fato interessante é que a questão do poder dentro da estrutura dos palácios poucas vezes é abordada no que se refere às mulheres. Mas são elas que dão os descendentes ao trono, logo os aspectos sucessórios são de suma importância para elas. Existe uma hierarquia clara dentro dos haréns dos palácios e as mulheres não estavam preocupadas apenas em ficar reclinadas descansando, como é visto em diversas pinturas dos orientalistas. Tinham suas ocupações também, não ficavam ociosas à beira de uma banheira. Pensavam em seus filhos (ou em tê-los) e em como conseguir prestígio para si e para ele dentro do palácio.
Um fato interessante é que a questão do poder dentro da estrutura dos palácios poucas vezes é abordada no que se refere às mulheres. Mas são elas que dão os descendentes ao trono, logo os aspectos sucessórios são de suma importância para elas. Existe uma hierarquia clara dentro dos haréns dos palácios e as mulheres não estavam preocupadas apenas em ficar reclinadas descansando, como é visto em diversas pinturas dos orientalistas. Tinham suas ocupações também, não ficavam ociosas à beira de uma banheira. Pensavam em seus filhos (ou em tê-los) e em como conseguir prestígio para si e para ele dentro do palácio.
A hierarquia dentro do harém seguia o
seguinte padrão: odaliscas (as virgens, que não foram tocadas pelo sultão),
concubina (companhia noturna), ikbals (favoritas) e kadins/haseki (similar a
esposa).
Pois é, as odaliscas estavam no patamar mais
baixo da hierarquia do palácio!
As odaliscas eram mulheres escravas compradas
em mercados ou adquiridas em guerras, vendidas por sua própria família ou ainda
raptadas. A partir daí, eram levadas para o palácio para serem criadas. Eram
treinadas nas mais diversas funções pois, como chegavam muito jovens, não se
sabia o quanto teriam de capacidade ou beleza. O treinamento incluia modos,
etiqueta, leitura do alcorão, tecer, bordar, dança, poesia, música. Sim,
incluía dança, como parte do aprendizado, mas não eram as “dançarinas do
palácio”. Este treinamento era supervisionado pela sultana valide, autoridade
máxima feminina no palácio.
Algumas podiam ser nomeadas como servidoras
do “oda” (quarto) do sultão, ou encarregadas de suas roupas ou de seu banho.
Nada glamuroso, enfim. Era muito difícil para a odalisca ser notada pelo sultão,
ou mesmo ser escolhida para ser apresentada a ele, em meio a tantas outras
mulheres bonitas e talentosas.Mas, caso isso acontecesse, poderia tornar-se sua
concubina. Com isso podeira subir os degraus da hierarquia e desenvolver sua
carreira (sim, carreira!) dentro do harém. Ser concubina lhe daria a chance de
ter um filho com o sultão, o que a favoreceria dentro da estrutura do harém.
Assim ela poderia, através da astúcia e do jogo de poder, ter alguns
privilégios para si e para o filho.
Vê-se que é uma questão de
sobrevivência, um jogo onde tudo é calculado, e muito distante daquelas
histórias cheias de imaginação que tentam nos vender, da “preferida do sultão”
e coisas assim.
Então, as odaliscas eram as escravas
do palácio, treinadas para diversas funções. E, apesar de dançarem um pouco,
não eram as “dançarinas do palácio”, mas sim criadas.
Mas então, qual é o motivo de chamarem as
bailarinas de dança do ventre de odaliscas?
Não sei...!